Inconstante e borboleta


Tenho pena de quem tenta entender a lógica das minhas ações. Não digo isso atoa: é que às vezes - quase sempre - não existe sintonia entre o que penso, digo e faço. E o pior, é que as pessoas costumam fiscalizar todo o tempo. Querem porque querem encontrar uma ligação racional entre as referidas ações. Quantas vezes sou surpreendida por um: " mas você não disse que não gostava daquilo?"  "porque está fazendo isso?" "você não pensava diferente?". Eu sei que essa história de metamorfose ambulante pode parecer papo pra boi dormir,  ou desculpa esfarrapada para carência de personalidade. Ainda assim, insisto em informar à todos que mudo sim, e o tempo todo. Nunca sei quando ou como vai haver a transmutação, só sei que o que era já não é mais e assim vou vivendo. Caleidoscópia, já dizia Clarice: é assim que sou. Indecisões e insconstâncias à parte, quero encontrar o equilíbrio (ou não?). Enquanto isso, mesmo que o novo incomode, por obséquio  jamais cobrem linearidade: sou eterna artesã de mim. 


"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada." [Clarice Lispector]

Um comentário:

  1. eu sou tão inconstante, que chego a ser previsível. pode perguntar a minha mãe =P
    e eu que não gosto do capital inicial, venho e digo: "se eu for ligar pro quer que vão falar, não faço nada."

    antes eles, do que eu, baby ;)
    antes eles, do que nós.

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