Feliz e sozinha. Sim, alegre e solteiríssima. Logo eu, que sempre fui tão romântica. Logo eu, que acreditava num 'complemento' necessário a uma vida realmente plena. A verdade é que depois de tantos namoros a gente percebe algumas coisas sobre a essência dos relacionamentos e o melhor: aprende a não atrelar a nossa felicidade a eles.
Existe um verdadeiro boicote aos solteiros. As convenções são claras: homens e mulheres devem estar em par. Os solteiros convictos são vistos com certa desconfiança e por esse motivo, a pessoa casada possui mais credibilidade para ocupar cargos de chefia em algumas grandes empresas , comprar imóveis, tomar empréstimos ou conseguir um visto no exterior. É fato: o que se preza é a estabilidade. Mas quem disse que estar sozinho(a) é sinônimo de ser instável?
Prova disso, é que algumas empresas, conscientes das vantagens de ter em seu quadro de funcionários pessoas flexíveis, livres e mais dispostas a mudanças e viagens têm dado preferência aos solteiros para ocupar diversos cargos. E tem mais: como a quantidade de solteiros só cresce no Brasil, vários ninchos de mercado exclusivamente voltados para a classe estão em ascensão.
Não nos deixemos constranger pelos "casais de shopping". Aqueles que de mãos dadas tomam sorvete e caminham despreocupados, ou os que dividem a pipoca no cinema ou mesmo os que carregam em um dos braços um daqueles bebês de capa de revista. A vida de solteiro(a) tem lá suas vantagens, que se bem aproveitadas fazem essa fase valer muito a pena!
Para as mulheres é um alívio não ter que depilar as pernas religiosamente e poder assistir às sessões românticas do cinema e não às regadas a sangue, luta ou robôs que viram carros ou outras coisas exóticas. Além disso, a vida social fica muito mais agitada e o tempo com os amigos aumenta consideravelmente, ampliando os laços e rendendo boas histórias para serem contadas pro resto da vida.
Humorismos à parte, um dia desses me deparei com um livro empoeirado jazendo desde 1981 numa velha estante em Bonfim. Desde criança lembro de admirar aquela capa, já que o título me chamava muito a atenção: "Complexo de Cinderela", de Colette Dowling. Tentei umas quatro vezes durante a minha vida começar aquela leitura, mas a linguagem meio árida pra idade, bem como as reflexões mais profundas, sempre me faziam desistir lá pela terceira página. Eis que agora, aos 22 anos recém completos, resolvi tentar novamente, e surpresa: dessa vez foi 'pá, pum'.
Basicamente, a escritora do antigo best seller define o tal complexo como sendo um conjunto de desejos reprimidos, memórias e atitudes distorcidas que se iniciam na infância, na crença da menina - diga-se de passagem, corroborada muitas vezes pela própria criação machista de alguns pais - de que sempre haverá uma outra pessoa mais forte para protegê-la. Daí o conflito existente entre o profundo desejo de ser protegida e cuidada e a necessidade de ter a liberdade conquistada, o que acaba gerando - com razão - uma angústia na maioria das mulheres (inclusive em mim, admito).
Acho que o segredo é o auto-conhecimento. É saber que o que vemos no outro como solução muitas vezes denuncia os nossos vazios, que devem ser preenchidos com "argamassa" própria se não quisermos desmoronar todas as vezes em que os relacionamentos acabarem. Namorado não é pai ou irmão mais velho, namorada não é mãe e nós não somos mais menininhas ou menininhos que não alcançam o interruptor do quarto.
Não procuro aqui fazer uma apologia à solteirice. Tampouco afirmar a solidão como um estado poeticamente superior ao "estar-com-alguém-que-amo". Feliz de quem encontrou alguém que valha a pena! O fato é que morro dizendo que estar só não é o problema, de modo que namorar está longe de ser a única solução.
Prova disso, é que algumas empresas, conscientes das vantagens de ter em seu quadro de funcionários pessoas flexíveis, livres e mais dispostas a mudanças e viagens têm dado preferência aos solteiros para ocupar diversos cargos. E tem mais: como a quantidade de solteiros só cresce no Brasil, vários ninchos de mercado exclusivamente voltados para a classe estão em ascensão.
Não nos deixemos constranger pelos "casais de shopping". Aqueles que de mãos dadas tomam sorvete e caminham despreocupados, ou os que dividem a pipoca no cinema ou mesmo os que carregam em um dos braços um daqueles bebês de capa de revista. A vida de solteiro(a) tem lá suas vantagens, que se bem aproveitadas fazem essa fase valer muito a pena!
Para as mulheres é um alívio não ter que depilar as pernas religiosamente e poder assistir às sessões românticas do cinema e não às regadas a sangue, luta ou robôs que viram carros ou outras coisas exóticas. Além disso, a vida social fica muito mais agitada e o tempo com os amigos aumenta consideravelmente, ampliando os laços e rendendo boas histórias para serem contadas pro resto da vida.
Humorismos à parte, um dia desses me deparei com um livro empoeirado jazendo desde 1981 numa velha estante em Bonfim. Desde criança lembro de admirar aquela capa, já que o título me chamava muito a atenção: "Complexo de Cinderela", de Colette Dowling. Tentei umas quatro vezes durante a minha vida começar aquela leitura, mas a linguagem meio árida pra idade, bem como as reflexões mais profundas, sempre me faziam desistir lá pela terceira página. Eis que agora, aos 22 anos recém completos, resolvi tentar novamente, e surpresa: dessa vez foi 'pá, pum'.
Basicamente, a escritora do antigo best seller define o tal complexo como sendo um conjunto de desejos reprimidos, memórias e atitudes distorcidas que se iniciam na infância, na crença da menina - diga-se de passagem, corroborada muitas vezes pela própria criação machista de alguns pais - de que sempre haverá uma outra pessoa mais forte para protegê-la. Daí o conflito existente entre o profundo desejo de ser protegida e cuidada e a necessidade de ter a liberdade conquistada, o que acaba gerando - com razão - uma angústia na maioria das mulheres (inclusive em mim, admito).
Acho que o segredo é o auto-conhecimento. É saber que o que vemos no outro como solução muitas vezes denuncia os nossos vazios, que devem ser preenchidos com "argamassa" própria se não quisermos desmoronar todas as vezes em que os relacionamentos acabarem. Namorado não é pai ou irmão mais velho, namorada não é mãe e nós não somos mais menininhas ou menininhos que não alcançam o interruptor do quarto.
Não procuro aqui fazer uma apologia à solteirice. Tampouco afirmar a solidão como um estado poeticamente superior ao "estar-com-alguém-que-amo". Feliz de quem encontrou alguém que valha a pena! O fato é que morro dizendo que estar só não é o problema, de modo que namorar está longe de ser a única solução.
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Um ótimo artigo da Carol Montone sobre o tema:
* "Quero ser salva do complexo de Cinderela"
http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=68&rv=Vivencia
Um ótimo artigo da Carol Montone sobre o tema:
* "Quero ser salva do complexo de Cinderela"
http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=68&rv=Vivencia
Amei o artigo irmã e concordo plenamente. Consegui expressar perfeitamente o que nós mulheres solteiras sentimos. E quanto ao livro, realmente e muito bom. Beijos e saudades! Welma
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