Bom dia, ano novo


Algo além de calcinhas coloridas determina a nossa sorte no ano que se inicia. As superstições - sempre consoladoras - não deixam de desempenhar o seu papel fundamental: envolvem as nossas esperanças em algo mais que meros desejos. Além disso, pular ondinhas, comer lentilha ou vestir amarelo, além de serem hábitos considerados atraidores de bons fluidos, parecem dar aquela força quando o assunto é o controle de nossas vidas - controle este, que aceitamos, admitimos ou decidimos não ter. "Se Deus quiser", "Se os anjos disserem amém", "Se eu tiver saúde", "Se tudo sair como o planejado", "Tomara que dê certo".

Ta aí a minha maior dúvida: como identificar a linha tênue que separa a consequência dos nossos atos - e, portanto, a sorte por nós tecida, da sorte ou graça alcançada e concedida por algum ente ou força? É mais fácil acreditar que é tudo um conjunto. "Deus ajuda à quem cedo madruga", diz o ditado que embora cite Deus, remete ao indivíduo boa parte da responsabilidade sobre as próprias dádivas.

Uma vez, depois de um ano extremamente estressante, lembro de ter vestido branco na virada de ano e pedido paz. Desejei que os próximos 365 dias fossem tranquilos, apenas. E assim foi. Deu certo. Fiquei achando que a técnica da lingerie era infalível e desde então, estive escrava das cores no réveillon. O caso é que nem sempre funciona e no final das contas somos um grão de pólen numa imensidão de acontecimentos. Estamos expostos à forças que desafiam a física, química, literatura, psicologia, medicina. Podemos morrer na próxima esquina, descobrir que temos alguma doença, ou ganhar na loteria. Podemos ter um filho, passar num concurso ou ficar deprimidos.

Não adianta desejar dinheiro sem controlar os gastos, pedir saúde se continua sedentário e comendo todo tipo de junkie food, querer um namorado(a) se não estiver aberta(o) de fato pro mundo, pedir sorte se não souber criar oportunidades ou querer coisas boas se tem feito o mal para os outros ou pra você mesmo.

 "Quem bem fizer, pra si é", dizia o meu avô, na tentativa de estimular os atos positivos e proativos dos filhos, fazendo-os acreditar na gratidão do universo. Acho que ele estava certo. Se o universo conspira para que tudo esteja sempre em equilíbrio, talvez, no fim das contas, seja tudo uma questão de estar em sintonia com toda essa força. Eu vou tentar, e você?

Fica o convite! E que venha 2014, cheio de realizações para todos nós!


Um comentário:

diga aí

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