Casamento Real.

Pareceria mais um casamento desses que acontecem todos os dias nessas épocas de abril/maio, se não estivessem a enfeitar os bancos da bela igreja gótica, membros da realeza inglesa e dos quatro cantos da Europa. É, meus caros: a nem tão plebéia Kate Middleton acaba de receber uma bela aliança daquele que é o segundo na linha de sucessão ao trono.

Kate aperta os lábios e segura o riso: obediência ao protocolo (a parte chata)

Confesso que me surpreende, nos tempos em que vivemos, que tão festejado príncipe percorra uma trajetória tão comum: amor dos tempos de faculdade que vira casamento após um longo namoro. O comportamento dos afamados, descrito nos tabloides e estampado em jornais e revistas, tem sido mais que previsível: namoros curtos com celebridades do mundo da moda, música, esporte ou cinema/novelas. As esguias modelos de beleza esquálida ou coxudas e peladonas - ah, o gostinho basileiro -, as musas instantâneas de reality show, belas e jovens atrizes são as "bolas da vez".


Convenhamos: Por mais engraçadinha que seja, Kate não é uma Grace Kelly (grande diva cinematográfica, para os que não sabem). É sim, uma moça bonita, por certo, mas nada que não possamos encontrar em qualquer avenida de compras badalada frequentada por moças de "boa família". E não entendam como uma crítica, posto que este é o fato que mais me toca em meio a toda essa muvuca de "Casamento Real".

Grace Kelly, em seu casamento com o Príncipe de Mônaco (1956)

De fato, como um dos bispos celebrantes do casório bem disse, todos os casamentos são reais. O que torna o rito tão mágico e sublime é o amor e não a pompa e circunstância. Não importa dinheiro, beleza, classe social. É a vontade de estar ali. 


Senti no olhar dos recatados noivos um "quê" de sinceridade como não via a muito tempo em casamentos de famosos. O ar de normalidade até espantou os que esperavam um verdadeiro show matrimonial. A noiva chegou atrasada - contrariando a tradição de pontualidade britânica - e aparentava certo nervosismo. O príncipe lançava olhares ternos à moça com uma frequência razoável e tecia comentários sob a forma de cochicho, para o terror dos apegados ao protocolo.  


Um casamento de contos de fadas?! isso fica por conta do imaginário de cada um. Eu, pessoalmente, adepta - ou vítima - das clássicas histórias de princesas "babei" com o momento da carruagem. O coral de criancinhas que embalou a saída do casal rumo às ruas de Londres aliado à linda carruagem real, mas parecia um falsh de Cinderela. 


Em que pese a luxuosa união desses jovens representar um marco histórico, fica também a mensagem do casamento, amor, perseverança e paciência. Se você, como eu, ainda não encontrou o "príncipe", talvez seja a hora de ver os sapinhos com outros olhos - ainda sobrou o não tão atraente príncipe Harry, viu? -. Mas se já, então "se joga", garota: contos de fadas não acontecem só em filmes, garanto. 



2 comentários:

  1. "No dia 29 de abril todos pararão estatelados diante das televisões para assistir o casamento real, em toda sua pompa. Lá fora, o vento continuará a agitar a copa da mesma árvore e Dona Maria esquentará o leite para tomar antes de dormir. O mundo é mesmo cheio de eventos importantes." (Rodrigo Pena)
    Seu trama conseguiu tratar do badalado assunto na ternura e simplicidade merecida. Rodrigo, você e o Bispo captaram, num ritual de complementariedade, o espírito da coisa.

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  2. apesar da hostilidade que sinto com esse excesso de informaçao sobre o casamento real, torço de coraçao para esse nao tenha um fim tragico como o de Diana, e que seja sincero e os dois sejam felizes..

    acho que nem eles gostam dessas especulaçoes o tempo todo sobre a vida deles.
    abraços..

    vc escreve muito bem...

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