Sobre prioridades.



Responda rápido: Entre uma conversa com os amigos e algumas horas de estudo, o que vale mais? Se você não hesitou em aderir à primeira opção, boas (ou más?) notícias: é dos(as) meus(as)! Fernando Pessoa é pura tradução quando diz: "Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade.". É fato: Querer estudar, ser uma boa profissional dotada do tal 'notório saber jurídico' e conquistar a minha independência, eu bem quero. Mas na hora em que sou posta à prova na famosa docotomia 'sentimentos x razão', a responsabilidade e o senso de razoabilidade saem de cena sem pestanejar. Admito enfim, ser eminentemente passional.
Ainda citanto Pessoa, que em tom rebelde profana "Ler é maçada,Estudar é nada", sinto-me profundamente sentida em ter que concordar. Mesmo sabendo que o referido poeta nada mais fazia senão entoar um notável desabafo. Nandinho era "pra frente". Ainda cedo, abondonou os estudos universitários para - por sua conta e risco - aventurar-se em estudos particulares nessas bibliotecas da vida.
Gosto de imaginar que como eu o português não tinha total repulsa pelos livros, mas sim, odiava o ambiente universitariamente hostil em que se achava inserido. A preferência pela liberdade prevaleceu, e após estudos contínuos, o antes garoto, tornara-se renomado poeta.
Deixando a fantasia de lado, vamos à verdade: Para o homem médio da sociedade pensar assim é pura furada. Nós, reles mortais, 'precisamos' de uma certa pressão de vez em quando. Se não fossem as provas (e agora volto ao ponto de partida)eu nada faria além de jogar conversa fora. Um bom papo com amigos, uma nem tão culta novela ou algumas horas de música ou leitura descompromissada de poemas aleatórios,bastam para me fazer desistir de qualquer coisa relacionada ao futuro.
Algumas vezes, sofri por valorizar em demasia o pretérito. Agora, peno ao prever as conequências da vivência tão intensa do presente. Libriana fajuta: talvez o que eu seja. Malgrado a balança simbolizar primorosamente o signo,temo que os pratos da minha vida oscilam desvairadamente, pouco importando-se com a estaticidade do equilíbrio.
Converso quando deveria estar assistindo aula, durmo quando deveria estar acordada, como quando deveria arrumar a casa, e a bagunço quando deveria estar arrumando. O que é bom e agradável, sempre em primeiro lugar: essa é a minha lógica louca, tão incompatível com o que me é exigido implicitamente.
A cada dia percebo o quanto fujo aos padrões. Nunca pensei que não fosse me encaixar nos moldes. Imaginei que fosse automático... como o dente siso que nasce em quase todos, como os cabelos brancos que certamente aparecem no tempo certo, como o fato de a criança ser alfabetizada aos 6 ou 7 anos: como tudo isso, pensei que fosse o dia em que eu entraria na faculdade, e caíria em mim para uma série de obrigatoriedades.
Estou no pior fim de semestre, desde o inicio da faculdade. Trabalhos esperando o término e provas mil. Mas onde estou? Aqui. Escrevendo no meu 'quase secreto' baú de impressões. Talento para artista me falta. A sorte no jogo passa longe dos meus bilhetes. De rosto de boneca e corpo escultural, careço (poderia, na falta de massa encefálica, devidamente compensada por massa muscular tentar a carreira de modelo ou pousadora de fotos eróticas profissional). Mas enfim, o que será de mim, Deus?
Deus me livre da mediocridade, premente visualizada, partindo do meu esforço presente. Que aconteça algo de incomum: Uma mudança brusca de personalidade, a descoberta de um talento ou vocação oculta, ou mesmo uma abdução extraterrestre.
Se nada disso for possível, que em último caso me seja concedida a graça do conformismo. Que eu seja mui feliz sendo só mais uma na multidão.
;)

2 comentários:

  1. Meu Deus, voce acaba de ler todos os meus pensamentos. Acabo de chegar da faculdade, e adivinha o que eu estava fazendo? estudando? Nao, conversando com os amigos!!!!
    Cheguei e estou estudando? Nao, ca estou lendo seu blog(inenarravelmente importante tambem...hehehe).
    Ontem tentei estudar, e nao consegui pq? vontade de encontrar os amigos...e o velho sono que nao me larga
    Somos dois librianos fajutos!!!

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  2. O que há conosco?
    o pior é quando você, além de não estudar, ainda se isola do mundo, com chatice de jovem idoso diante de um controle inquieto de televisão.
    Por isso, acredite: há sempre alguém fazendo escolha mais errada (se é que a sua é errada). Há quem opte por passar a vida em branco. Espero sair dessa fase de isolamento e entrar na sua o mais depressa possível.

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