Eu preciso dizer


De uma hora para outra sou capaz de mudar o mundo. Um dia - de tanto escarafunchar o que liga uma ideia à outra na cachola - voltei à estaca zero e pensei comigo mesmo “O que liga é o pensamento!”. Puta que pariu! Capisci minha genialidade? Não se espante, esse sou eu! Normal, normal, normal! O que talvez você não tenha reparado é que – comumente - nunca saltamos de um tema para outro sem que haja um elo lógico, e aí está a minha glória: o pensamento é uma enorme corrente “elo quente”. Tem uns mais frios, é verdade.

O Carpinejar revelou-se desamado para o Caio. O Xico Sá a cada dia vai mais curto e certeiro - “Benza Deus!”. A Ivete Sangalo - podre de rica - guarda na memória momentos que o dinheiro não comprou. O velho Lupas “insetizando” como uma lacerdinha faz arder realidade em meus olhos imaturos. O amigo Thiê me disse que sou muito racional. Eu disse a professora Fabíola que queria ser mais risonho. Ela sentenciou meu mudo reflexo para o mundo, “É seu jeito, você é calmo, é estável!” e com a mão do Gil Gomes desenhou no ar um gráfico horizontal e linear. Já vi que não vou mais mudar o mundo! A amiga Leide quando não toma Carbamazepina não diz lé com cré, mas sempre me dá os melhores conselhos. “Se joga na vida!”. E o que é que eu preciso falar?

Hoje, encontrei sentido em pensar em viver. Igual sentido tinha quando eu criança olhava bem dentro do meu olho, bem próximo do espelho e achava que via mais que qualquer um podia ver. “Meus Olhos de Raio X cegaram de medo”. “Nada além, nada além de uma ilusão!” A vida segue, virei “titi” pela terceira vez, mãos dadas familiares. Aliciar o futuro! Alice há o futuro! Alice ao futuro! Alice nasceu de cabelos molhados. Alice nasceu em mim uma reflexão... Vontade de sentar no chão com os gêmeos. Geniais me ensinam a ser essencial. Fazer bolo de terra, comer formiga sem pretensão de apurar as vistas – só pra degustar a existência nossa (minha e da formiga). Poder chorar de calundu e continuar chorando de esquecer o motivo e mesmo assim chorar só por querer. Isso é que é escolher!

Ontem foi o Dia dos Pais, ninguém me parabenizou porque meu texto nasceu hoje. Meu pai estava alegre e triste, sentiu falta de seu pai e bebeu a saudade num duplo abraço dos “netos gênios”. Alegria! Dei-lhe de presente uma camisa. Quis vestir quem tanto me vestiu de amor e investiu amor também. A camisa é meu abraço durando o tempo que ele vestir, durando o longo abraço que a infância rememora e que a vida adulta revela “apertando sem abraçar”. O brainstorming é ponto de calda de açúcar, quando passa se desfaz...

Quanto vale um texto? A bela amiga Bell me disse assim: - A gente tem que dar um jeito de ganhar dinheiro com esses textos, velho! Íamos preocupados com nossos futuros profissionais, numa tarde de ressaca preguiçosa. O Caio estava presente, não o Abreu, o da Bell! Ele também gosta de leitura. Então, quem gosta de leitura, quando se envolve com a escrita, lê e não reclama o final, vê que o texto lido é riqueza bilateral. O que era que eu precisava dizer mesmo?

* Um texto do nosso colaborador Raphael Barbosa

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