Make it gentle



O facebook tem dessas. Alguns dias você abre e algum amigo alegra os seus olhos publicando uma bela fotografia. Em outros, lemos exatamente aquela frase que estávamos precisando pra ter mais coragem, otimismo ou esperança naquele momento. Frequentemente descubro belas músicas, novos poetas e informações valiosas através de postagens de amigos de bom gosto que povoam minha página. E dos risos? também não posso esquecer.

Fotos humorísticas, personagens criativos e tirinhas curiosas: tudo distribuído magicamente entre uma publicação comum e outra. E por esse meio também marco a maioria dos meus encontros de lazer ou estudo. E sei o exato local aonde algumas pessoas queridas estão e o que estão pensando, mesmo estando longe. Sinto o carinho dos que realmente ocupam o status de "Amigos" entre uma maioria de conhecidos: ouço palavras de apoio, críticas construtivas, elogios, ou histórias de coisinhas só nossas. Mas também é por esse meio que recebo indiferença e algumas farpas. Que assisto distorções de personalidade, e exibição de falsas filosofias de vida. Aqui, inevitavelmente, acabo demonstrando os meus sentimentos: os bons e os ruins também. A indiferença (o silêncio que grita), a reprovação (o senso demasiado crítico que ganha a cena), o pessimismo (inerente aos que vivem, mesmo que poucas vezes) e as dores.

Nessa "rede" já deixei registradas em frases singelas algumas das minhas dores mais fortes. Nesse espaço já demonstrei a minha gratidão, amor e admiração por muita gente. Já consolei quem chorava, e fui consolada. Já aconselhei os que quebraram a cara no amor, e também fui aconselhada. Já ouvi revelações importantes e também as fiz. Já briguei e fiz as pazes. Ouvi e fui ouvida. Fiz e me fizeram. É uma troca constante. Mas como toda troca, a gente só quer fazer com alguém que valha a pena, ou com quem no mínimo, guardamos simpatia, embora praticamente não haja interação.

O pressuposto básico pra mim é só um: Se for pra não valer a pena, ao menos não incomode. Não tente lançar flechas ou indiretas ridículas (na maioria das vezes você é quem mais se machuca com elas). Não ache que a rede social é espaço pra dar liçãozinha de moral. Não permeie essa rede, que é pra ser sincera, com pequenas falsidades. Não deixe de curtir o que acha interessante só porque não quer dar ibope. Não perca a oportunidade de levantar as suas bandeiras. Não deixe de comentar algo pertinente e que tenha algum valor por simples vergonha ou passividade.

Vamos evitar as pequenas violências a paz interior de todos. E não esqueçamos, finalmente, que nada do que a gente diga, faça, publique ou ostente terá o mínimo significado se não tiver correspondência com a realidade. Não só aquela que se impõe assim que desligamos o computador e abandonamos as máscaras virtuais. Falo daquela que envolve ações de fato, carinhos de fato, beijos de fato, ideologias de fato. Coisas palpáveis com as mãos, com os olhos ou que no mínimo possam ser sentidas de verdade. Condições que nos afastam, ao tempo que atestam, a nossa não-superficialidade. Publique o que for bom, compartilhe o que for útil. Poupe a si e aos outros de más intenções. Assim, simplesmente.

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