Aqueles tamanquinhos de laço. Quanto me fazem falta. Saltinhos passeando pela casa, em sonoros 'toc tocs'. O peito vibra em onomatopéias antecipadas de saudade. É quase o mesmo que privação de açúcar. Você tenta usar adoçante, mas não tem jeito. Doce, doce mesmo, só ela sabe ser. E vem a vontade de não fazer nada quando está aqui. Prefiro ficar parada, ouvindo os seus sons. Som de torneira ligada, de vassoura, de portas a bater. O ruídos produzidos pela mãe mais linda do mundo soam como uma sinfonia, para os meus tão singelos ouvidos.

Sempre soube que seria assim. Que nunca me adaptaria, que nunca deixaria de doer. ‘Com o tempo acostuma’, tanto ouvi. Mas nada. O tardar dos meses e anos, só aumentam a necessidade de convivência que tenho.
Só ela tem um senso de humor ímpar. Conhece a forma exata de me consolar: Arranca risos quando sarcasticamente linda instiga a pobre filha a beber wisky logo pela manhã, fumar baseados pra relaxar, de brincadeirinha. Só minha mãe, pra perceber que afagos e dengos não resolvem as minhas crises.
Só ela sabe imitar as vozes de todas as pessoas, tornando qualquer diálogo, por mais simples que seja, muito mais engraçado. É de uma meiga lentidão para entender certas coisas – mania esta que herdei em parte –. Tem uma forma peculiar de dançar. E só ela, atende o telefone como uma lady. E cheira sempre bem – mesmo após um dia todo de trabalho.
Somos carne de uma só carne. O pires e a xícara, a orelha e o brinco, o sabão e o prato sujo. Rio e afluente, azar e talismã. Mãe e filha que mais parecem irmãs. Amigas.
super interresante se vc gost de poemas vai nesse blog aqui , é super divertido.http://poemasteen.blogspot.com/
ResponderExcluirnunca vi uma descrição tão plena de uma relação materno-filial. o vínculo é sublime; a autoria, genial.
ResponderExcluir