Frustração múltipla. Tipo como o que acontece no orgasmo, saca? Mas tinha prometido aquela manhã, que não ia falar com ninguém dos meus problemas. Eles são meus e dizem que pega mal dividir coisas ruins com os outros. Tinha sujado a fronha branca cheia de ramos de rosa, com aquele velho e bom rímel preto. Ele, o companheiro de muitas horas ruins e boas. O liquidozinho miserável que denunciava as minhas lágrimas, que deveriam - e seriam - discretas, se não fosse todo aquele pretume impregnado. A gata tinha feito cocô, e limpado na porra do lençol rosa. Sim. Nem os botes incansáveis e graças daquela bolinha de pelo eram capazes de extrair dos meus lábios um sorriso sincero. Ultimamente, estava habituada a contorcer os músculos faciais formando o que deveria aparentar um riso. Vez em quando, podia perceber pela expressão dos outros, que havia falhado e deixardo transparecer uma careta angustiada. Ninguém entende, repito. Não adianta explicar. Falar, alivia dores emocionais, mas não as cura. De que servem lamúrias, lamentações e conselhos de mesa de butequim, se no final, no final mesmo, é só você e você, hora bolas? Eu, o rímel e o travesseiro - pensei- e mais nada.
'O tamanho da frustração, depende do tamanho da ambição'
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ResponderExcluirI just call to say I love you.
ResponderExcluirI just call to say how much I care.