13 de setembro de 2007
Versos livres
O pessimismo me cerca.
Roda-me silenciosamente todo o tempo.
Tento fugir, mas ele vem chegando de mansinho,
e quando percebo, já tomou-me por completo.
Fujo, mas de nada adianta
Resta-me apenas o temor vazio
Diante de dias tão tristes,
Vejo-me em meio ao calor, sentindo frio.
A chama quente da noite não é o bastante
Sinto-me mais só a cada instante
E dos momentos bonitos que guardo
Resta a saudade exultante.
Escrever não é remédio
Entretanto, ajuda a aplacar o tédio
O amor virou ferrugem
A mente, fina penugem que voa.
Voa em busca do infinito, do bonito
Do raro.
Voa em direção oposta àquela que me é destinada
Voa pelas asas do inconformismo
Resultante daquilo, que não foi guardado.
15 de setembro de 2007
Cidade nova, amizades novas, Recente mudança de perspectivas. O primeiro dia de aula, marca o início oficial de todas essas modificações. Adentro através dos enferrujados portões, enquanto, sorrateiramente olho a minha volta, em busca de algo que não existe ali. Logo, sinto falta da minha mãe. Por que ela não está aqui?! - indago. Sento-me então no banco de pedra, à sombra de uma frondosa árvore. Olho para as pessoas ao redor, e estas, me fitam insistentemente. Logo, fito-as de volta, e deixo gravado alí o meu olhar, a minha sombra, o meu eu. Inconscientemente, entrego-me àquele lugar, e sei, que dalí, sairei muito diferente. Decido procurar a minha sala, escorro pelos corredores ansiosamente. Vejo na espessa parede branca, quadros, com fotos e nomes de estudantes anteriores a mim... Sei que um dia, também serei uma fotografia no na parede. Percorro sinuosos caminhos, e espio por entre as brechas de algumas portas. Vejo uma saída. Caminho sobre o chão de cimento, olhando a areia e enormes mangueiras que nos cercam. Avisto uma última portinha azul. É lá -Eis a minha tão esperada sala. Chão branco, paredes rudementes pintadas da mesma cor, cortinas azuis, levemente tortas, cobrem as desajeitadas janelinhas também azuis. Atrás da sala, mais árvores, e uma rústica mesa de madeira, suja com restos e cascas de frutas. Ambiente bucólico, talvez pela proximidade com o campus de agronomia. O incrível, é que gosto. Me sinto aconchegada e feliz, nessa meio chácara, meio faculdade, que agora roubará grande parte dos meus dias. Anoitece. Hora de ir, penso como estou feliz. Amanhã, tudo novamente, eis a mágica que encanta a gloriosa rotina da vida!
A radiante esperança de ser um dia apenas uma foto (privilegiada) num mármore pendurado na parede suja da UNEB.
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