Especial intercâmbio: A experiência de Lara nos EUA



Começa hoje uma série de posts super legais no blog! Minha amiga Lara está passando uma temporada nos Estados Unidos (na cidade de McAlester - Oklahoma, condado de Pittsburg). Pedi que ela fizesse um relato diferente, contando sobre algumas percepções acerca do local, da cultura e das pessoas. E aqui vai a primeira experiência, espero que gostem da ideia!



Capítulo 1. A questão do trabalho
"Os jovens, inclusive os pertencentes às famílias mais abastadas, trabalham desde cedo nas mais variadas funções"

Certo dia estava indo para a academia com minha tia e vi duas crianças de aparentemente 10 e 7 anos com sacolas de lixo nas costas caminhando às margens da avenida recolhendo folhas secas e alguns poucos objetos, como pequenos papéis, que insistiam em macular a beleza da grama verde e das árvores que adornavam a pista. De pronto senti um profundo sentimento de dó, havia me deparado com o trabalho infantil naquele Estado que eu julgava ser demasiado desenvolvido, a tristeza tomou-me o peito, lembrei das crianças que, no Brasil, desde tenra idade, sobrevivem do lixo. 

Em meio àquela nuvem cinza que cercava a minha mente, tive meus pensamentos interrompidos pelas palavras da minha tia que se apresentaram qual um raio de sol em meu cenário mental. "Está vendo aquelas crianças? Elas fazem um trabalho voluntário recolhendo o lixo que encontram na rua." Fiquei atordoada! Fazia um calor de mais de 40 graus, o vento soprava morno e o sol, impiedoso, não perdoava ninguém que se pusesse sob seus raios, mas aquelas jovens permaneciam em suas funções, exercendo uma tarefa de caráter estritamente consciencial. Senti vontade de educar todas as crianças do Brasil daquela forma, conscientes de que devem cuidar do mundo em que habitam e trabalhar duro para isso.

Outra coisa que me chamou muito atenção aqui é o fato de que as pessoas trabalham muito. Muito mesmo! Até mesmo aqueles que supostamente não precisariam, o fazem. Os jovens, inclusive os pertencentes às famílias mais abastadas, trabalham desde cedo nas mais variadas funções, seja como lavadores de carros, cuidadores de cães, jardineiros, atendentes em lanchonetes, e por aí vai... O que não falta aqui é trabalho para adolescentes com disposição para abandonar as férias de verão em troca de sentir o sabor de ganhar o próprio dinheirinho. 



Voluntários cuidam dos animais em suas próprias casas e têm o compromisso de leva-los à feirinha de adoção aos domingos, para que os bichos encontrem um lar definitivo.


Acho que por isso as pessoas são tão independentes aqui. Sempre achava estranho o fato dos adolescentes americanos saírem cedo de casa, mas agora começo a entender que se são capazes para o trabalho e podem manter-se financeiramente mais cedo, assimilo como algo positivo, e não mais prematuro, o fato de se tornarem responsáveis por si e seus atos logo que possível.


Até a próxima! 

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