Viva aos diários!

Tentei esconder, evitar e mentir pra mim mesma, que aquilo tudo não tinha mais razão de ser. Um vazio imenso (aquele, inerente a quem pensa) tomou conta dos meus pensamentos. Sim, parei de escrever. Parei de extravasar os meus pensamentos, angústias e alegrias.

Há muito tempo atrás ganhei um diário. Nele, externava os acontecimentos marcantes de cada dia. Nos primórdios, narrava as idas à casa de uma amiga para brincar de Barbie. Depois, as provas difíceis na escola. Logo logo, o meu diário virou um depósito de queixas amorosas. Milhares de desabafos enfeitados com clipes coloridos e papéis de bala. O ingresso da festa que meus pais não me deixaram ir, carta de amor nunca enviada, lembrança do falecimento de uma prima. Os meus diários tinham de tudo! Um dos últimos, guardava recordações do primeiro namoro, recheado com pétalas de rosa e folhas secas.

Escrever sempre me fez bem. Deve ser porque é uma forma de eternizar o passado, deixar um vestígio histórico da Lívia que fui e de como ela enchergava o mundo. O problema, é quando o tão íntimo livrinho caía em mãos erradas. Quanto a isso, sei que minha mãe leu algumas vezes ( inclusive a página em que eu narrava o meu primeiro porre, e isso não deu nada certo), e minha melhor amiga era capaz de implorar por horas para que eu a deixasse ler ao menos algumas páginas. Mas acho que nunca deixei. 

O tempo foi passando, e a tecnologia ganhando espaço. As fotos deixaram de ser reveladas, as cartas viraram e-mails e os diários se transformaram em blogs ou fotologs. Como não podia deixar de ser, eu entrei nessa e abandonei o meu tão belo hábito de escrever memórias. Criei esse blog, e escrevi durante muito tempo apenas para mim, apenas nos momentos em que estava imersa em trevas. Deixei de narrar fatos corriqueiros, para externar lamentos, angústias, inquietações. Agora, resolvi "mudar" e abrir ao público esse meu diário. Resolvi mostrar o que penso, o que vejo e o que sinto. Pode ser que não me entendam, que me achem estranha ou demasiadamente melancólica. Mas quem liga pra isso, se no meu mundo apenas eu sou normal ?


2 comentários:

  1. No meu mundo você não é normal não, no meu mundo nem eu mesmo sou normal, e quem disse que eu gosto da normalidade???(e o que é o normal?)

    Só sei que de perto, ninguém é normal.

    Beijão, bom saber que agora poderei acompanhar seu blog...hehehe...

    mais um motivo pra eu ficar na net sem estudar...hehehehe

    Se eu me tornar um péssimo profissional, voce, a partir de agora, tambem é uma das culpadas....hehehehehehe

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